Não está fácil sobreviver nestes dias. Além das atribulações e dos problemas que temos em nossas vidas, ainda somos obrigados a lidar com chateações e aborrecimentos causados por pessoas que mal nos conhecem, mas que insistem em azucrinar a paciência de qualquer um que estiver por perto.

Além de termos que tentar manter a calma em relação a tudo aquilo que realmente faz parte de nossas vidas, ao que importa de fato, acabamos tendo que perder tempo e gastando energia com dissabores provocados por pessoas que não estão incluídas em nossa jornada. Manter a sanidade, nesse contexto, é uma tarefa hercúlea, pois acumulam-se, em nossos caminhos, lixos que não são nossos.

Infelizmente, embora tenhamos a consciência de que gastar energia com o que e com quem não têm merecimento seja improdutivo, torna-se quase que impossível nos desviarmos dos entraves pelo caminho, sem que percamos a paciência. Dessa forma, comprometemos o bom andamento do que temos que realmente levar adiante, o que interfere, inclusive, na qualidade do tempo de que dispomos junto aos nossos queridos.

É preciso buscar formas de conseguir manter o equilíbrio diário, ou adoecemos. Exercitar o “deixar pra lá”, tentar dominar a arte de ignorar, manter por perto quem torce por você, afastar-se de quem suga energia, escolher com sabedoria as sementes que semearão os seus jardins, são atitudes que em muito concorrerão a uma jornada menos densa, menos triste, menos aborrecida.

Portanto, teremos que recolher a nossa corda, para não dá-la aos urubus que vivem voando por aí atrás de encrenca. Temos que nos resguardar de tudo o que machuca e fere sem razão de ser, protegendo-nos das dores que não merecemos, não procuramos, não provocamos. Como diz a sabedoria popular: enquanto dermos corda, vão puxá-la.

Imagem: Toa Heftiba