Amor

Eu adoro as declarações de amor implícitas

Hoje, há uma necessidade, por parte de muitas pessoas, de se ostentar virtualmente. Eu, que trabalho com redes sociais, sei como é satisfatório ter minhas mensagens e vídeos viralizando por aí. Não dá para explicar o motivo, parece que aquilo afirma algo de bom dentro da gente. No entanto, eu passei a ser bem mais discreto quanto à exposição de minha vida particular.

A única rede pessoal que uso, sobre minha vida mesmo, é o Facebook e, de uns tempos para cá, rarearam muito as minhas publicações por lá. As demais redes, utilizo para escrever reflexões e para postar vídeos, na sua maioria, ironizando minha vida de professor. Pode parecer bobagem, mas, com o tempo, eu passei a acreditar muito no poder da inveja. É energia, uma vibração ruim, e isso acaba saindo por aí.

Além de sensível, eu percebo que tenho um sexto sentido que raramente falha, em relação a pessoas principalmente. Talvez, por eu ser muito quieto, eu observo mais. Calado, meus outros sentidos ficam mais aguçados e, assim, eu acabo captando muitas coisas que aos demais passam despercebidas, porque estão ocupados com a conversa. Palavras, olhares, comportamentos sutis engrandecem aos meus olhos e ali percebo muito das pessoas, de bom e de ruim.

E é nessas entrelinhas que se encontram as respostas que tanto procuramos. Nesses espaços pequenininhos é que se escondem as faces verdadeiras que se disfarçam sob o verniz social. O tipo de humor, de comentário sobre fatos, a forma como se dirige ao outro, o tratamento dispensado aos mais humildes, é bem nesse tecido que percebo com quais linhas a pessoa costura sua vida, do que se ocupa o seu coração.

Daí a importância de se perceber que discursos não substituem atitudes. Discursos não significam sentimentos. Importa o comportamento. Por isso é que eu adoro as declarações de amor implícitas. Uma mensagem no meio do dia, um áudio com risada, um chocolate surpresa, um telefonema só para falar sobre nadas. O amor está nos detalhes.

Imagem: Pablo Heimplatz

Prof. Marcel Camargo

Vivamos!

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