A gente se apega demais a certas pessoas, achando que não conseguiria viver sem elas. Parece que precisamos do outro para poder sobreviver, como se, sem ele, não existíssemos. Ledo engano. Ninguém é extensão de ninguém. Nascemos sozinhos e morremos sozinhos, a vida sempre será da gente com a gente mesmo.
Isso não significa que devemos virar ermitãos e não nos relacionar com ninguém. O que deve ficar claro é que a maioria das coisas que nos acontecem precisam ser resolvidas dentro de nós. É importante ter alguém com quem contar, com quem desabafar, pois essas ajudas externas nos fazem muito bem. Porém, é a nossa alma que deverá se reerguer, aqui dentro. Daí a importância de sermos nós mesmos os nossos melhores amigos.
Da mesma forma, esse mundo de hoje nos leva ao apego material com muita frequência. Ostentar, para muitos, é uma necessidade básica, como se a aceitação social estivesse sempre atrelada ao tanto que se possui, que se compra, que se viaja e come fora. E essa atitude de nos mostrarmos continuamente acaba nos enfraquecendo, porque vamos nos esquecendo de olhar para dentro, de escutarmos o nosso próprio coração.
E isso é muito ruim, porque, nos momentos de dor e de escuridão, o material pouco fará diferença, caso não envolva dinheiro o problema. Quando o emocional se quebra, embora seja bom ter a força de alguém junto, a cura e o recomeço somente terá início dentro de nós. A dor é muito individual, solitária, porque só quem sente sabe, só quem sente tem a real dimensão de sua escuridão.
Na verdade, perder é muito relativo. Muitas vezes, ao perder, a gente acaba ganhando. Portanto, não tenha medo de perder pessoas. Na verdade, você não vai perder, vai se livrar de quem não fará mais diferença. A vida vai podando nossa jornada, feito árvore, para que a gente floresça, renasça, cada vez mais forte e mais feliz.
Imagem: Wes Hicks