As pessoas vivem cheias de desejos, de vontades, planejando o que ainda não aconteceu ou nem acontecerá. Essa é a magia da vida: sonhos e esperanças. A gente quer e espera sempre o melhor da vida, das pessoas, dos lugares, dos acontecimentos. A gente quer sorrir, ser feliz. E, quando tudo desanda, a gente quer sair logo dali, a gente quer sair correndo. Mas não dá.

E a gente se desespera, porque a pressa fica gritando e a dor parece ser a única coisa que resta. Falta o ar, dói por dentro de tudo, dói fundo. E nem nos damos conta do tanto de aprendizado que a gente pode retirar daquilo. Porque, lugar-comum mesmo, a dor tem muito a nos ensinar. A dor nos iguala, nos redime, nos nivela, a dor nos lembra de nossa essência humana. E ela vem de onde menos esperamos, muitas vezes vem de fora.

Às vezes, sofremos por coisas que não dependiam de nós, por colheitas que não semeamos. Nem sempre escolhemos aquilo pelo que passamos. Esse discurso de que é a gente que provoca tudo na nossa vida é cruel. As escolhas alheias também nos afetam. Nosso amor não fica somente aqui dentro, ele se espalha, ele dá as mãos aos nossos queridos, é uma corrente. E, quando um elo dessa liga se parte, a gente sofre junto.

É preciso saber esperar. Amar tem muito de esperar, mas aquele esperar de esperançar, de esperança. Porque o amor nos torna mais capazes de sonhar com um amanhã melhor, nem que esse amanhã seja daqui a um tempo. O amor espera, porque sabe que, quando acontecer, será explosivo e para sempre. Por mais que não pareça ter fim, terá. Por mais que a dor não cesse, cessará. As respostas virão na hora certa, para calar quem usou de sua escuridão da pior forma possível.

Lembre-se: não permita que te digam para não fazer drama, não fazer tempestade, para engolir o choro, quando estiver doendo demais. Da mesma forma, não menospreze as dores alheias. Se em você não dói tanto, agradeça, mas deixe o outro doer e se permita doer também quando precisar.

Entenda: o tempo de Deus é perfeito. A gente não quer entender, fica chateado, querendo as razões daquilo tudo. A única resposta que existe é a de que Ele nunca nos abandona, Ele ouve nossas preces. Ele não falha.

Imagem: Marcos Paulo Prado