Infelizmente, nós nos enganamos muito, o tempo todo, em relação a pessoas, a acontecimentos, a atitudes, a empregos, enfim, tudo em que depositamos expectativas pode vir a nos trazer decepção. Não conseguiremos – e nem deveremos – deixar de esperar o melhor daquilo que diz respeito às nossas vidas, porém, é preciso cautela e discernimento em relação ao que esperarmos e de quem esperarmos retorno positivo.

 

O otimismo é importante e deve pautar nossas vidas, para que não percamos as esperanças, para que não deixemos de tentar, para que não paralisemos totalmente. Mesmo assim, existem coisas que estarão longe demais de nossas reais condições, bem como há pessoas que nunca serão capazes de nos retornar afeto e verdade na mesma medida que a nossa, ou seja, teremos que desistir de coisas e de pessoas, por mais que doa, porque sempre haverá desistências extremamente necessárias.

 

Muitas vezes, parece que não conseguimos acertar no amor, como se nunca fôssemos capazes de receber o mesmo tanto de sentimento que ofertamos a quem amamos, como se estivéssemos amando pelos dois. E isso pesa, carrega somente o nosso lado, extenua, machuca e cansa. A verdade é que ou mudamos o tipo de pessoa que trazemos para as nossas vidas, ou voltaremos sempre aos mesmos erros, só que em outros endereços. Não podemos nos permitir entregar o nosso coração a quem não tem condições de nos amar de volta com intensidade e inteireza.

 

 

Precisamos ter a consciência do tipo de amor que queremos para nós, para que não nos desgastemos, mantendo e sustentando relacionamentos que já estavam fadados ao fracasso desde o início. Não é difícil iludir-se em relação amor, porém, temos condições, sim, de perceber, com o tempo, quando aquilo tudo nos fere, quando não existe retorno afetivo, quando o outro fica por conveniência, ou mesmo preguiça de sair dali. Não sejamos nós a pessoa que aceita migalhas, enquanto oferece banquetes.

 

Quando somos verdadeiros e inteiros em tudo o que vivemos, não podemos manter em nossas vidas nada do que for menos, for morno, for despedaçado. Isso equivale a abrirmos mão de nossa essência, a diminuirmos todo o nosso potencial de conquistar a felicidade junto ao que for imenso. Só esperemos luz de quem for imensidão. É isso.

 

Imagem: Joe Yates