Mídia

As pessoas se ofendem com quem é autêntico

Uma de nossas características enquanto seres humanos gregários vem a ser a necessidade de interação com o próximo e, para tanto, precisamos ser aceitos. É na comunicação com o mundo que nos rodeia que amadurecemos nossas ideias e nos tornamos capazes de agir frente ao que nos desagrada. Em determinadas situações, é em grupo que nos fortaleceremos e nos motivaremos a continuar.

Essa necessidade de aceitação é mais forte entre os adolescentes, que querem se autoafirmar junto àqueles com os quais se identifica, ou mesmo junto aos que julgam descolados. A maturidade vem nos tranquilizar nesse sentido, facilitando nossa conformidade com o que somos e temos, tornando-nos mais aptos a nos aceitar, a sermos o que pulula aqui dentro.

Infelizmente, muitos não conseguem encontrar a própria individualidade, incapazes que são de se tornarem seres autônomos, com vontades e desejos próprios, permanecendo dependentes do julgamento alheio enquanto viverem. Passam a vida seguindo o rebanho homogêneo do que é comum, socialmente disseminado como o certo, do que é da maioria, menos de si próprio. Lutam contra si mesmos, deixando adormecidos seus sonhos e aspirações, por medo da censura alheia.

Isso porque não é fácil viver as próprias verdades, correr atrás do que faz o nosso coração vibrar, dizer o que sentimos, exprimir o que pensamos, haja vista o policiamento ostensivo de gente que critica agressivamente qualquer um que não siga o rebanho dos ditames e convenções sociais já cristalizadas. Hoje, ser alguém único, autêntico, verdadeiro consigo mesmo, é ofensivo e passível de ataques condenatórios por parte da sociedade.

Até entendemos a homogeneidade nas vestimentas e linguajares de adolescentes, porém, a vida adulta nos impõe nada menos do que viver o que se é, lutar pelo que se acredita, fazer o que se gosta, sem ferir ninguém, mas agindo de acordo com que pulsa dentro de cada um de nós. Agradar a maioria, enquanto se vive em desagrado íntimo, equivale a uma tortura diária e injusta. Nascemos livres para sermos nós mesmos, porque não há nada mais belo e prazeroso do que uma vida sem mentiras e frustrações.

Imagem: Brendon Thompson

Prof. Marcel Camargo

Vivamos!

Share
Published by
Prof. Marcel Camargo

Recent Posts

Fim de ano não precisa ser um fim

Fim de ano não precisa ser um fim.

4 meses ago

As pessoas nos tratam de acordo com o que elas são

As pessoas nos tratam de acordo com o que elas são.

6 meses ago

Eu amo o som de máscaras caindo

Eu amo o som de máscaras caindo.

7 meses ago

Pessoas livres são encantadoras

Pessoas livres são encantadoras.

9 meses ago

Eu tomo minhas decisões em silêncio

Eu tomo minhas decisões em silêncio.

10 meses ago

Eu adoro as declarações de amor implícitas

Eu adoro as declarações de amor implícitas.

11 meses ago